O MELHOR VIOLONISTA DO MUNDO

Meu nome é Thiago Oberdan e hoje estou aqui para contar uma história. A história do melhor violonista do mundo!

Hoje eu tenho 25 anos e me dedico ao violão há 14. Mais da metade da minha vida. E nesses anos todos, eu sempre quis ser “O MELHOR VIOLONISTA DO MUNDO”! Então eu comecei!

Dei meus primeiros passos, com meu primeiro professor, o  Geraldo. Ele me ensinou várias músicas sertanejas, pop rocks e outros ritmos e estudei bastante! Nesse ponto eu já alegrava várias festas e encontros. Eu já me considerava um bom músico. Pensei que talvez não fosse tão difícil assim ser o melhor do mundo.

Alguns meses se passaram e mudei de escola. Lá, muitas pessoas tocavam também e com um repertório bem diferente do meu. Comecei a aprender bossa nova, samba... Um amigo, o Junior, muito me ensinou e eu corri muito atrás e aprendi muitas músicas, muitos acordes e ritmos. Não tive muita dificuldade. Cheguei a dar aula para algumas pessoas e elas aprenderam bem, o que me deixou muito feliz. Aí eu tive certeza que eu estava perto de ser o melhor do mundo. Minha mão já era bem ágil e ainda não tinha encontrado música que me desafiasse.



Mudei de escola de novo e mais uma vez decepção. Uma boa decepção eu diria, pois encontrei vários músicos excepcionais. Violonistas, violinistas, guitarristas, pianistas, baixistas... E que tocavam diversos estilos que eu sequer tinha ouvido. Heavy Metal, Chorinho e música erudita. Mas eu não me intimidei. Tive ajuda do meu grande amigo Brankko Siqueira e do meu amigo e professor Rodrigo Praxedes. Com eles conheci e comecei a aprender a tocar Bach, Ferdinando Carulli, Mozart, Vivaldi, Angra, Iron Maiden e diversas bandas, compositores e interpretes! Aprendi mais ainda integrando a Orquestra Jovem de Violões do Estadual Central (da qual já falamos em um post). Aí eu tive certeza, mais um pouquinho só e eu alcançaria meu objetivo.


Durante um tempo eu achei, realmente, que estava perto, até que eu fui convidado para integrar os “Difusores da Alegria”, que é um grupo de palhaços que visitam hospitais levando música, teatro, arte e muito amor e alegria. O foco das visitas era a pediatria, mas como corríamos por todo o hospital, tínhamos um contato muito próximo com todas as pessoas, tanto pacientes quanto funcionários. Sinto muitas saudades desse trabalho, pois o contato pessoal com essas inúmeras ‘individualidades’ era simplesmente fantástico.






Em um dia de visitas normal, onde cantávamos, dançávamos e nos alegrávamos levando alegria para os outros, cheguei com o meu violão para um menino (que infelizmente não sei o nome). Nesse dia, senti que aquele instrumento fez a diferença para o garoto. Eu não toquei um acorde sequer e acho que seria um pecado se tocasse, pois o simples fato dele poder passar as mãozinhas nas cordas e ouvir aquele “Blão, blão” já era suficiente para arrancar dele um sorriso gostoso e sincero de criança, trazendo para ele um momento de magia em meio a um ambiente, tantas vezes de tristeza.

E eu percebi que eu nunca chegaria a ser O MELHOR VIOLONISTA DO MUNDO, pois por mais que eu tenha estudado, por mais músicas, melodias e harmonias que eu soubesse, eu nunca tinha sentido a beleza do violão tanto quanto aquele pequeno. Ele me mostrou que a beleza não está na complexidade dos arranjos, mas sim em se dedicar com o simples, puro e sincero amor, como o daquela criança! 

Vamos nos inspirar e aprender a ter o coração de uma criança novamente! 

Muito obrigado!

6 comentários:

  1. Pôxa vida,emocionei.Confesso que não conhecia o final dessa história.Beijos,bjinhos e bjks.

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  2. Maravilhoso amigo, por isso que te admiro tanto.

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  4. Sensacional, olhos se encheram de lagrimas!!

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    1. Sempre enchem, né cara?! Impossível não se emocionar!! =)!

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