Ha muitos anos, o meu amigo Felipe enviou um e-mail com um texto chamado "As harmonias do Espaço", que está contido na obra "O grande enigma" de Leon Denis. Imediatamente me interessei, por se tratar de uma obra da doutrina espírita e por ser músico (e por isso a palavra harmonia me chamou muita atenção).
Os dois primeiros parágrafos já mostram a grandiosidade e a profundidade do texto.
"Uma das impressões que nos
causa, à noite, a observação dos céus, é a de majestoso silêncio; mas esse
silêncio é apenas aparente; resulta da impotência dos nossos órgãos.
Para seres mais bem aquinhoados, portadores de
sentidos abertos aos ruídos sutis do Infinito, todos os mundos vibram, cantam,
palpitam, e suas vibrações, combinadas, formam um imenso concerto."
Esse texto nunca mais saiu da minha memória e fiquei muito feliz quando, procurando em emails antigos o encontrei. Por isso resolvi transcrevê-lo aqui, para quem crê e para quem não crê em Deus ou em outras forças maiores, mas principalmente para quem é apaixonado por música e sabe que ainda há muito o que fazer com as harmonias em nosso universo.
Espero que gostem, se inspirem e divulguem.
Grande abraço!
Capa do livro "O grande enigma" |
As harmonias do
Espaço
Uma das impressões que nos causa, à noite, a
observação dos céus, é a de majestoso silêncio; mas esse silêncio é apenas
aparente; resulta da impotência dos nossos órgãos.
Para seres mais bem aquinhoados, portadores de
sentidos abertos aos ruídos sutis do Infinito, todos os mundos vibram, cantam,
palpitam, e suas vibrações, combinadas, formam um imenso concerto.
Esta lei das grandes harmonias celestes podemos
observar em nossa própria família solar.
Sabe-se que a ordem de sucessão dos planetas no
Espaço é regulada por uma lei de progressão, chamada lei de Bode.[i] As distâncias dobram, de planeta a planeta, a
partir do Sol. Cada grupo de satélites obedece à mesma lei.
Ora, esse modo de progressão tem um princípio e
um sentido. Esse princípio se liga ao mesmo tempo às leis do número e da
medida, às matemáticas e à harmonia.[ii]
As distâncias planetárias são reguladas segundo
a ordem moral da progressão harmônica; exprimem a própria ordem das vibrações
desses planetas e as harmonias planetárias; calculadas segundo estas regras,
resultam em perfeito acordo. Poder-se-ia comparar o sistema solar a uma harpa
imensa, da qual os planetas representam as cordas. Seria possível, diz Azbel,
“reduzindo a cordas sonoras à progressão das distâncias planetárias, construir
um instrumento completo e absolutamente afinado”.[iii]
No fundo (e nisso reside a maravilha), a lei
que rege as relações do som, da luz e do calor é a mesma que rege o movimento,
a formação e o equilíbrio das esferas, de igual maneira que lhes regula as
distâncias. Essa lei é, ao mesmo tempo, a dos números, das formas e das idéias.
É a lei da harmonia por excelência: é o pensamento, é a ação divina vislumbrada!
A palavra humana é muito pobre, insuficiente,
para exprimir os mistérios adoráveis da harmonia eterna. A escrita musical
somente pode fornecer a sua síntese, comunicar a sua impressão estética. A
música, idioma divino, exprime o ritmo dos números, das linhas, das formas, dos
movimentos. É por ela que as profundezas se animam e vivem. Ela enche com suas
ondas o edifício colossal do Universo, templo augusto onde retine o hino da
vida infinita. Pitágoras e Platão acreditavam já perceber “a música das esferas”.
No sonho de Cipião, narrado por Cícero em uma
das suas belas páginas, que nos legou a Antigüidade, o sonhador entretém-se com
a Alma de seu pai, Paulo Emílio, e a de seu avô, Cipião, o africano; contempla
com elas as maravilhas celestes e o diálogo seguinte se estabelece:
– “Que harmonia é essa,
tão poderosa e tão doce que me penetra?” – pergunta Cipião.
Responde-lhe o avô:
– “É a harmonia que,
formada de intervalos desiguais, mas combinados, de acordo com justa proporção,
resulta do impulso e do movimento das esferas; fundidos os tons graves e os
tons agudos em um acorde comum, faz de todas essas notas, tão variadas, um
melodioso concerto. Tão grandes movimentos não se podem executar em silêncio.”.
Quase todos os compositores de gênio que
ilustraram a arte musical, assim os Bach, os Beethoven, os Mozart, etc.,
declararam que percebiam harmonias muito superiores a tudo que se pode
imaginar, harmonias impossíveis de serem descritas. Beethoven, enquanto
compunha, ficava fora de si, arrebatado numa espécie de êxtase, e escrevia
febrilmente, ensaiando em vão reproduzir essa música celeste que o deslumbrava.
É preciso uma faculdade psíquica notável para
possuir a tal ponto o dom da receptividade. Os raros humanos que a possuem
afirmam que, quantos já surpreenderam o sentido musical do Universo,
encontraram a forma superior, a expressão ideal da beleza e da harmonia
eternas. As mais elevadas concepções do gênero humano são, apenas, um eco
longínquo, uma vibração enfraquecida da grande sinfonia dos mundos.
É a fonte dos mais puros gozos do Espírito, o
segredo da vida superior, cuja potência e intensidade os nossos sentidos
grosseiros nos impedem, ainda, de compreender e sentir.
Para aquele que os pode gozar plenamente, o
tempo não tem medida e a série dos dias inumeráveis não parece mais que um dia.
Mas essas alegrias, ainda ignoradas, no-las
dará a evolução, à medida que nos formos elevando na escala das existências e
dos mundos.
Já conhecemos médiuns que percebem, em estado
de transe, suaves melodias. As lágrimas abundantes que vertem testemunham não
serem ilusórias suas sensações.
Voltemos ao estudo dos movimentos das esferas e
notemos que não há, até mesmo tratando-se das próprias exceções à regra
universal de harmonia e dos desvios aparentes dos planetas, nada há que não se
explique e não seja assunto de admiração. Esses movimentos constituem espécies
de “diálogos de vibrações tão aproximados quanto possível do uníssono” e
apresentam um encanto estético a mais nesse prodígio de beleza que é o
Universo.
Um exemplo, dos mais incisivos, é o dos
pequenos planetas, chamados telescópicos, que evolvem entre Marte e Júpiter, em
número de cerca de 520, ocupando um espaço de oitava inteiro, dividido em
outros tantos graus; de onde a probabilidade de que esse conjunto de mundículos
não constitua, como se tem acreditado, um universo de destroços, mas o
laboratório de muitos mundos em formação, mundos dos quais o estudo do céu nos
dirá a gênese futura.
As grandes relações harmônicas que regulam a
situação respectiva dos planetas de nosso sistema solar são em número de quatro
e encontram sua aplicação:
Em primeiro lugar: do Sol a Mercúrio; neste
ponto também as forças harmônicas estão em trabalho; planetas novos se esboçam.
Depois, de Mercúrio a Marte. É a região dos
pequenos planetas, em que se move a nossa Terra, representando o papel de
dominante local, com tendência a afastar-se do Sol para se aproximar das
harmonias planetárias superiores. Marte, componente desse grupo e do qual
podemos distinguir, ao telescópio, os continentes, os mares, os canais
gigantes, todo o aparelho de uma civilização anterior à nossa, embora menor, é
mais bem equilibrado que a nossa morada.
Os 500 planetas telescópicos constituem, em
seguida, um intervalo de transição; formam uma espécie de colar de pérolas
celestes ligando o grupo de planetas inferiores à imponente cadeia dos grandes
planetas, de Júpiter a Netuno, e além. Tal cadeia forma a quarta relação
harmônica, de notas decrescentes qual o volume das esferas gigantescas que a
compõem. Nesse grupo, Júpiter tem o papel de dominante; os dois mundos, maior e
menor, nele se combinam.
“Semelhantemente à
inversão harmônica do som – diz Azbel [iv] –, é por uma progressão constante que o grupo
antigo de Netuno e Júpiter afirma a formação de seus volumes. O caos de
corpúsculos telescópicos que segue fez estacar bruscamente essa progressão.
Júpiter lá ficou qual um segundo sol, no limiar dos dois sistemas. Dos
registros de oitava e de segunda dominante, passou ao de tônica secundária e
relativa, para exprimir o caráter de registro especial, evidentemente menor e
relativo, em paralelo ao do Sol, que ia preencher, enquanto formações mais
novas se dispunham aquém, afastando-o, pouco a pouco, e aos mundos seus
tutelados, do astro de que é o mais robusto filho.”
Robusto, com efeito, e bem imponente em seu
curso, esse colossal Júpiter, que gosto de contemplar na calma das noites de
verão, mil e duzentas vezes maior que o nosso globo, escoltado por seus cinco
satélites, dos quais um, Ganimedes, tem o volume de um planeta. Ereto sobre o
plano de sua órbita, de maneira a gozar de igualdade perpétua de temperatura
sob todas as latitudes, com dias e noites sempre uniformes em sua duração, é,
além disso, composto de elementos de densidade quatro vezes menor que os de
nossa maciça morada, o que permite entrever, para os seres que habitam ou terão
de habitar Júpiter, facilidades de deslocamento, possibilidades de vida aérea
que devem fazer dele uma vivenda de predileção. Que teatro magnífico da vida!
Que cena de encanto e de sonho esse astro gigante!
Mais estranho, mais maravilhoso ainda é
Saturno, cujo aspecto se faz tão impressionante ao telescópio; Saturno é igual
a oitocentos globos terrestres amontoados, com seu imenso diadema, em forma de
anel, e seus oito satélites, entre os quais Titã, igual em dimensões ao próprio
Marte.
Saturno, com o cortejo rico que o acompanha em
sua lenta revolução através do Espaço, constitui, por si só, um verdadeiro
universo, imagem reduzida do sistema solar. É um mundo de trabalho e de
pensamento, de ciência e de arte, onde as manifestações da inteligência e da
vida se desenvolvem sob formas de variedade e riqueza inimagináveis. Sua
estética é sábia e complicada; o sentimento do belo tornou-se ali mais sutil e
mais profundo pelos movimentos alternantes, pelos eclipses dos satélites e dos
anéis, por todos os jogos de sombra, de luz, de cores, em que as nuanças se
fundem em gradações desconhecidas à vista dos habitantes da Terra, e também por
acordes harmônicos, bem comoventes em suas conclusões analógicas com os do
universo solar por inteiro!
Vêm depois, nas fronteiras do império do Sol,
Urano e Netuno, planetas misteriosos e magníficos, cujo volume é igual a quase
uma centena de globos terrestres reunidos. A nota harmônica de Netuno seria “a
culminante do acorde geral, o cimo do acorde maior de todo o sistema”. Depois,
são outros planetas longínquos, sentinelas perdidas do nosso agrupamento
celeste, ainda despercebidos, mas pressentidos e até calculados, segundo as
influências que exercem nos confins do nosso sistema, longa cadeia que nos liga
a outras famílias de mundos.
Mais longe se desenvolve o imenso oceano
estelar, pélago de luz e de harmonia, cujas vagas melodiosas por toda parte
envolvem, a embalá-lo, nosso universo solar, esse universo para nós tão vasto e
tão mesquinho em relação ao Além. É a região do desconhecido, do mistério, que
atrai sem cessar o nosso pensamento, sendo este impotente para medir, para
definir seus milhões de sóis de todas as grandezas, de todas as potências, seus
astros múltiplos, coloridos, focos terríficos que iluminam as profundezas,
vertendo em ondas a luz, o calor, a energia, transportados na imensidão com
velocidades formidáveis, com seus cortejos de mundos, terras do céu,
invisíveis, mas suspeitadas, e as famílias humanas que os habitam, os povos e
as cidades, as civilizações grandiosas de que são teatro.
Por toda parte as maravilhas sucedem às
maravilhas: grupos de sóis animados de colorações estranhas, arquipélagos de
astros, cometas desgrenhados, errando na noite de seu afélio, focos moribundos
que se acendem de repente e fulgem no fundo do abismo, pálidas nebulosas de
forma fantástica, fantasmas luminosos cujas irradiações – diz Herschel – levam
20.000 séculos para chegar até nossa Terra, formidáveis gêneses de universos,
berços e túmulos da vida universal, vozes do passado, promessas do futuro,
esplendores do Infinito!
E todos esses mundos unem suas vibrações em uma
poderosa melodia... A alma livre dos raios terrestres, chegada a essas alturas,
ouve a voz profunda dos céus eternos!
* * *
As relações harmônicas que regem a situação dos
planetas no Espaço representam, como o estabeleceu Azbel,[v] a extensão do nosso teclado sonoro e se acham
conforme a lei das distâncias e dos movimentos. Nosso sistema solar representa
uma espécie de edifício de oito andares, isto é, oito oitavas, com uma
escadaria formada de 320 degraus ou ondas harmônicas, sobre a qual os planetas
estão colocados, ocupando “patamares indicados pela harmonia de um acorde
perfeito e múltiplo”.
As dissonâncias são apenas aparentes ou
transitórias. O acorde encontra-se no fundo de tudo. As regras da nossa
harmonia musical parecem ser apenas conseqüência, aplicação muito imperfeita da
lei da harmonia soberana que preside à marcha dos mundos. Podemos, pois, crer,
logicamente, que a melodia das esferas seria inteligível para o nosso Espírito,
se nossos sentidos pudessem perceber as ondas sonoras que enchem o Espaço.[vi]
A regra geral, embora absoluta, não é,
entretanto, estreita e rígida. Em certos casos, no de Netuno, a harmonia
relativa parece afastar-se do princípio; nunca, entretanto, de maneira a sair
dele. O estudo dos movimentos planetários fornece a demonstração evidente desse
fato.
Nessa ordem de estudos, mais do que em qualquer
outra, vemos manifestar-se, em sua imponente grandeza, a lei do Belo que rege o
Universo. Mal nossa atenção é dirigida para as imensidades siderais, a sensação
estética torna-se intensa. Essa sensação vai engrandecer-se agora e crescer, à
medida que se precisarem as regras da harmonia universal, à proporção que se
levantar para nós o véu que nos oculta os esplendores celestes.
Por toda parte encontraremos essa concordância
que encanta e comove; nesse domínio, nenhuma dessas discordâncias, dessas
decepções, tão freqüentes no seio da Humanidade.
Por toda parte se desdobra essa potência de
beleza que leva ao infinito suas combinações, abrangendo em igual unidade todas
as leis, em todos os sentidos: aritmética, geométrica, estética.
O Universo é um poema sublime do qual começamos
a soletrar o primeiro canto. Apenas discernimos algumas notas, alguns murmúrios
longínquos e enfraquecidos! Já essas primeiras letras do maravilhoso alfabeto
musical nos enchem de entusiasmo. Que será quando, tornados mais dignos de
interpretar a divina linguagem, percebermos, compreendermos as grandes
harmonias do Espaço, o acorde infinito na variedade infinita, o canto modulado
por esses milhões de astros que, na diversidade prodigiosa de seus volumes e de
seus movimentos, afinam suas vibrações por uma simpatia eterna?
Perguntar-se-á, porém: Que diz essa música
celeste, essa voz dos céus profundos?
Essa linguagem ritmada é o Verbo por
excelência, aquele pelo qual todos os mundos e todos os seres superiores se
comunicam entre si, chamam-se através das distâncias; pelo qual nos
comunicaremos um dia com as outras famílias humanas que povoam o Espaço
estrelado.
É o princípio mesmo das vibrações que servem
para traduzir o pensamento, a telegrafia universal, veículo da idéia em todas
as regiões do Universo, linguagem das almas elevadas, entretendo-se de um astro
a outro com suas obras comuns, com o fim a atingir, com os progressos a
realizar.
É ainda um hino que os mundos cantam a Deus,
ora cântico de alegria, de adoração, ora de lamentações e de prece; é a grande
voz da coisas, o grito de amor que sobe eternamente para a Inteligência
ordenadora dos universos.
* * *
Quando, pois, saberemos destacar nossos
pensamentos e elevá-los para os cimos? Quando saberemos penetrar esses
mistérios do céu e compreender que cada descobrimento realizado, cada conquista
prosseguida nessa senda da luz e de beleza, contribui para enobrecer nosso
espírito e para engrandecer nossa vida moral e nos proporciona alegrias
superiores a toda as da matéria?
Quando, pois, compreenderemos que é lá, nesse
esplêndido Universo, que nosso próprio destino se desenvolve, e estudá-lo é
estudar o próprio meio onde somos chamados a reviver, a evolver sem cessar,
penetrando-nos cada vez mais das harmonias que o enchem? Que em toda parte a
vida se expande em florescências de Almas? Que o Espaço é povoado de sociedades
sem-número; às quais o ser humano está ligado pelas leis de sua natureza e de
seu futuro?
Ah! Quanto são de lamentar aqueles que desviam
seus olhares desses espetáculos e seu Espírito desses problemas! Não há estudo
mais impressionante, mais comovente, revelação mais alta da ciência e da arte,
mais sublime lição!
Não: o segredo da nossa felicidade, de nosso
poder, de nosso futuro, não está nas coisas efêmeras deste mundo; reside nos
ensinamentos do Alto, do Além. E os educadores da Humanidade são muito
inconscientes ou muito culpados, porque não cuidam de elevar as Almas para os
cimos onde resplandece a verdadeira luz.
Se a dúvida ou a incerteza nos assediam; se a
vida nos parece pesada; se tateamos na noite à procura do fim; se pessimismo e
tristeza nos invadem; acusemos a nós próprios, porque o grande livro do
Infinito está aberto aos nossos olhos, com suas páginas magníficas, das quais
cada palavra é um grupo de astros, cada letra um sol – o grande livro onde
devemos aprender a ler o sublime ensinamento. A Verdade ali está escrita em
letras de ouro e de fogo; chama solícita nossos olhos – Verdade –,
realidade mais bela que todas as lendas e todas as ficções.
E ela quem nos conta a vida imperecível da
Alma, suas vidas renascentes na espiral dos mundos, as estações inumeráveis no
trajeto radioso, o prosseguimento do eterno bem, a conquista da plena
consciência, a alegria de sempre viver para sempre amar, sempre subir, sempre
adquirir novas potências, virtudes mais altas, percepções mais vastas. E, acima
da possessão da eterna Beleza, a felicidade de penetrar as leis, de associar-se
mais estreitamente à obra divina e à evolução das Humanidades.
Desses magníficos estudos, a idéia de Deus se
expande mais majestosa, mais serena. A ciência das harmonias celestes vale um
pedestal grandioso sobre o qual se erige a augusta figura – Beleza
soberana cujo brilho, muito ofuscante para os nossos fracos olhos, fica ainda
velado, mas irradia docemente através da obscuridade que a envolve.
Idéia de Deus – centro inefável
para onde verguem e se fundem, em síntese sem limites, todas as ciências, todas
as artes, todas as verdades superiores –, tu és a primeira e a última palavra
das coisas presentes ou passadas, próximas ou longínquas; tu és a própria Lei,
a causa única de todas as coisas, a união absoluta, fundamental, do Bem e do
Belo, que reclama o pensamento, que exige a consciência e na qual a Alma humana
acha a sua razão de ser e a fonte inesgotável de suas forças, de suas luzes, de
suas inspirações.
[i]
Tohann Elert Bode, astrônomo
alemão (1747-1826).
[ii]
Vide Azbel, Harmonia dos Mundos.
[iii]
Vide Azbel, Harmonia dos Mundos, pág. 29.
[iv]
Azbel, Harmonia dos Mundos, pág. 13.
[v]
Azbel, Harmonia dos Mundos, pág. 10.
[vi]
“O Sr. Emílio Chizat, diz Azbel (A música no espaço), verifica que o jogo
de órgão, chamado “vozes celestes”, é a aplicação musical intuitiva do papel
importante das “idéias de estrela”. É provável que manifestações sinfônicas
sejam feitas ulteriormente, a esse respeito, que poderão reservar ao público
impressões inesperadas. Que possam elas levar nossos músicos “terrestres”, que
se extraviam, a noções um pouco mais altas e reais do sacerdócio da harmonia,
que deveriam preencher entre nós.”
León Denis – O Grande Enigma
É, irmão... caminharemos muito até poder entender as grandes harmonias que vibram no Universo. Mas, para lá chegar, vamos aqui tentando caminhar também com as nossas!
ResponderExcluirGrande abraço, valeu pela recordação.