Devaneios sobre a educação - Parte 1

Venho percebendo contextos tristes de descaso com relação à educação, não só dos políticos, mas de nós todos, pois somos agentes capazes de contribuir para a mudança desta realidade. Entre devaneios e dados, apresento a vocês um pouco do que venho percebendo. E antes que surja a dúvida: Mas o que o Clave tema ver com isso? Pensemos na influência que o aprendizado pode ter na cultura de uma nação. 

O que encontramos hoje?

O cenário educacional do Brasil apresenta forte escassez motivacional, por todos os lados. Os professores, em sua grande maioria, não vê no salário a motivação para formar tantos novos indivíduos, estão ali porque acreditam na educação, acreditam no futuro ou não tem outras oportunidades. Os alunos estão ali, também em sua maioria, para cumprirem tabela, porque precisam estar (quem nunca viu isso?) e para se destacarem no ENEM. É triste perceber o quão raro é olhar para os lados e perceber a empolgação em olhos brilhantes que anseiam pelo conhecimento, ou em uma utopia menos distante, alunos conscientes de seu papel e objetivo perante os conteúdos que recebem.

A falta de motivação, ao longo da vida escolar, acaba por calar possíveis afinidades e gostos que o ser humano traz consigo e carrega tudo para o mínimo esperado, em nota e em aprendizado. Alunos contam os dias de aula como se fossem prisioneiros, professores entram em exaustão e adoecem com grande frequência e a vida segue, enquanto dá para adiar a reforma pela qual a educação necessita passar, estamos adiando.


Por que isso está ocorrendo?


O perfil dos alunos mudou, o perfil do jovem é outro. A decoreba do passado acabou, hoje a informação vem em grande quantidade e com uma velocidade muito maior, existe uma imensidão de possibilidades para os jovens, e normalmente são muito mais interessantes do que a sala de aula. As possibilidades de fuga também são muito maiores, seja criando uma pseudo-vida virtual, jogando ou simplesmente vagando pelas mais diversas páginas, procrastinar, se não ficou mais comum pelo menos hoje apresenta diversas novas formas de existir. 
Além disso, de maneira geral os esteriótipos têm se mesclado e os jovens têm largado os extremos, até pelo dinamismo presente em suas vidas. Por outro lado a forma de encararem a vida tem se tornado hiperbólica, a sensibilidade para com o mundo aumentou e hoje levantamos questões jamais colocadas às claras no dia-a-dia.
O que acontece é que do outro lado está o ensino, com suas apostilas apáticas, metodologias padrões e rotina estável. Como conter seres que fazem três coisas ao mesmo tempo diante de um slide sobre tempos verbais?

Quais as consequência?

Com a distância entre a realidade do aluno e do ensino, ainda que a relação aluno e professor tenha se estreitado naturalmente (e não vamos confundir com a falta de respeito, que também vem ocorrendo), as aulas são hoje um fardo para muitos. Com a facilidade de se encontrar conteúdos é comum a displicência com os trabalhos escolares, a apatia/preguiça sempre aparece na hora da execução. "Vamos ficar livres rápido" 
Claro, não podemos e nem devemos generalizar, mesmo neste contexto, diversos alunos conseguem se destacar pelo interesse aos conteúdos e estes merecem reconhecimento pela dedicação, ainda que muitos insistam em dizer "não fazem mais que sua obrigação". 


Mas podemos ter esperança no mundo?

Claro, sempre, por que não? O primeiro passo é encontramos o erro, e pelo número de gente reclamando, a quantidade de gente que já percebeu é enorme. O que falta agora é nos levantarmos do lugar ao invés de esperarmos o governo trazer ações de cima para baixo, afinal por que não trazermos ações debaixo para cima?
Além disso, temos exemplos de escolas que valorizam a experiência entre o aluno e o conteúdo, encontram apoio nas novas plataformas de conhecimento e buscam se atualizar constantemente. 
E também temos alunos, que descobrem por si só o que realmente desejam aprender e a forma como gostariam de fazê-lo. Crianças cada vez mais novas se destacam pela capacidade de discernimento e raciocínio. Hoje deixo o post com o exemplo deste garoto, no próximo podemos nos perder em bons exemplos:








Como inspiração de olhar diferenciado para a educação, não tem como não citar Rubem Alves e deixar esse vídeo abaixo dizendo mais que nunca:

"SE INSPIREM"


Nenhum comentário:

Postar um comentário